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Jesus Cristo, o Homem Símbolo

Jesus Cristo para uns é um profeta ou um filósofo, para outros é um homem superior que se adiantou à sua época, para outros é um mestre entre os muitos fundadores de religiões, mas para os que têm fé verdadeira, é Deus.

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Nós, cristãos pela fé, que é "a demonstração das coisas que se não vêem", por ela chegamos à comprovação das verdades espirituais obtidas pela revelação de Nosso Senhor Jesus Cristo; mais claramente, compreendemos que a Ciência de Deus tem os seus fundamentos em princípios eternos de ordem espiritual, mas demonstráveis como na Ciência humana se realizam as comprovações científicas. Com a diferença de que os meios de comprovação variam, pois para a Ciência material empregamos meios materiais, para a Ciência espiritual empregamos meios espirituais. Além do mais, na Ciência humana, a parte mais perfeita, as Matemáticas Puras, não passam de meros convencionalismos humanos.

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Mas, na Ciência de Deus, ensinada pelo Divino Salvador, encontramos leis imutáveis, eternas, que regem as almas na sua evolução. É a Ciência que nos conduz à Verdadeira Sabedoria, a que Jesus, o Cristo, conheceu, conjuntamente com todos os mistérios do Pai Celestial, declarando que ninguém conheceu o Pai antes do que ele, de Quem recebeu a sua Doutrina, a qual pregou no mundo com a sua palavra e com o seu exemplo.

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Jesus Cristo identificou-se com essa Ciência quando disse: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida Verdadeira; ninguém vem ao Pai senão por mim". Do que se depreende que os nossos caminhos, as nossas verdades, as nossas vontades, em geral, as nossas vidas não são verdadeiras!

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Jesus Cristo representa espiritualmente toda a humanidade: Seu Nascimento, Vida, Paixão, Morte e Ressurreição assim o demonstram. Veio ao mundo, por isso, sem pai material: não era filho da carne, "porque estes não podem agradar a Deus"; igualmente todos nós, espiritualmente, temos por Ele um só Pai Universal de nossas almas.

Seu Espírito crucificado no corpo material limitou-se, como todos os homens espirituais, às necessidades humanas; era Deus e homem verdadeiro.

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Seu poder espiritual era somente um pouco inferior ao poder dos anjos, representação de como, com o Conhecimento Verdadeiro, ou seja, com a Verdadeira Sabedoria, as almas podem adquirir o Espírito Santo de Deus, passando, espiritualmente, os estreitos limites da natureza humana.

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Sua vida é um Símbolo e uma Realidade. É o Verbo Divino ensinando aos homens a Ciência de Deus.

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Toda a Sua Vida está impregnada pela Vontade do Criador; foi Ele o maravilhoso reflexo dos pensamentos e desejos do Pai Universal!

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Pela primeira vez o Mistério da Vontade de Deus foi revelado aos homens, mistério profundo que não fora revelado às gerações desde o princípio dos séculos por Deus que criou todas as coisas.

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Mas o simbolismo aumenta em magnitude quando, conhecedoras as almas do Mistério do Cristo, abandonam as vontades dos pensamentos e desejos da carne, sujeitando-se à Vontade Una, à Lei de Cristo, à Soberana Lei de Deus, à Sua Vontade Divina.

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Infelizmente, vemos o mundo longe deste Simbolismo espiritual! Continuam os homens, como antes da Vinda do Senhor, fazendo as suas vontades dos pensamentos e desejos da carne. A Ciência Oficial assim o ensina. Os homens fizeram vã a Cruz de Cristo, símbolo da Obediência, da sujeição à Vontade do Pai! O homem se apartou do Caminho, impulsionando, engrandecendo, glorificando a vontade humana.

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E esta vontade constitui a sabedoria humana, já que os homens procedem segundo o conselho de sua vontade.

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Resultado: um mundo governado pelos homens, governado pela sabedoria humana, que Jesus Cristo condenou porque não pôde reconhecer nEle a verdadeira Sabedoria, nem O honrou, nem Lhe deu glória e, ao contrário, O crucificou!

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As almas humanas rechaçaram o governo de Deus, se rebelaram, e, seguindo a tradição dos homens, nas gerações, ensinou-se a aumentar a separação entre Deus e o mundo, fortificando, engrandecendo a soberania da vontade humana! Milhões são os líderes que se glorificam a si mesmos, glorificando a vontade pessoal! Enredados como o inseto na teia da aranha, caem vítimas da sua própria imprudência.

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Eis os resultados do governo da vontade humana no mundo: provações que estão gravadas com fogo e com sangue na própria humanidade.

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Nada adiantaria o exame clínico da doença espiritual da humanidade, se não fosse ensinado o procedimento para extinção do mal. E Jesus Cristo o ensinou com sua palavra e com seu exemplo incomparável, que devemos imitar, pois, deste modo, os homens, tanto na sua vida privada como na sua vida pública, cada qual na situação em que Deus o colocou, governado pela Excelsa Vontade, dentro do Evangelho, dirigidos pelo Altíssimo - alcançariam a Verdadeira Sabedoria, com o Espírito de Obediência de Cristo, destruindo o muro que separa o homem de Deus.

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Em conformidade com os ensinamentos apostólicos, Cristo não é um homem. Cristo é um estado de consciência divino, que nos liga, que nos unifica a Deus, ou em outras palavras, é o Espírito Santo que Deus dá aos que lhe obedecem, por isto São Paulo Apóstolo podia exclamar: "Eu não sou eu, mas Cristo que vive em mim".

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A Cruz de Cristo simboliza esta Santa Obediência do Divino Salvador, pois Ele se resignou a carregar a sua cruz e até ser crucificado nela!

Imitando-o, levemos cada um a nossa cruz, a Obediência a Deus, se quisermos salvar-nos, se anelarmos alcançar a sua divina promessa, constante do Apocalipse de São João: "Ao vencedor fá-lo-ei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e assentei-me com meu Pai no seu trono".

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Saibamos vencer ao mundo! O mundo faz as suas vontades, nós, ao contrário, façamos a Vontade de Deus, procurando imitar a Jesus Cristo Nosso Senhor!

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A cruz, estigma da maldição, símbolo da vontade humana, foi transmutada pela potência de Nosso Divino Salvador e Redentor em símbolo de nossa salvação e redenção.

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Finalmente, os que já começamos a viagem de retorno à Casa Paterna, como os anjos dos céus, procuremos alcançar a perfeição da Obediência, lembrando-nos destas palavras evangélicas: "Embora fosse filho, aprendeu a obediência pelas coisas que padeceu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se autor da eterna salvação de todos os que lhe obedecem". Sigamos esse mesmo Caminho que Ele nos ensinou, façamos esforços para chegar a essa perfeição, com fé nas palavras dirigidas aos Apóstolos: "O que a vós digo, a todo mundo digo". As palavras do Senhor são eternas, para todos os tempos... Libertemos as nossas almas do julgo do pecado, da morte, da ignorância, das rebeldias; sejamos verdadeiros discípulos e filhos de Deus, dignos irmãos do Mártir do Calvário.

 

(*) Correio do Povo, 19 de abril de 1946 e Boletim Informativo 12.

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